quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Hobby resgata glamour de antigos nacionais

 
Helder Lima

Praticantes de RC Drift promovem competições com “bolhas” de Fusca, Opala, Maverick e outros modelos que foram sucesso no passado

Uma linha de veículos nacionais, principalmente os de fabricação mais antiga, como Chevrolet Opala, Ford Maverick e o velho Fusca está fazendo o nome ‘Bolha Point’ circular entre os pilotos de RC Drift, categoria de competições de automodelos em escala reduzida “um para dez” (1:10), com direção por radiocontrole e motores de propulsão a explosão ou elétrica.

A fabricação de “bolhas”, como são chamadas as carrocerias pelos praticantes do esporte, voltadas aos modelos nacionais ganhou impulso e ajudou a consolidar a atuação da empresa paulistana Bolha Point depois que um grupo de brasileiros que vivem no Japão divulgou vídeos das competições no You Tube.

Alguns desses vídeos têm mais de um milhão de visualizações e o sucesso dos carros chegou a bater até mesmo em países de língua inglesa, onde os mercados de automodelismo são desenvolvidos e oferecem muitas opções ao consumidor.

Segundo Fred Cavalcanti, diretor da Bolha Point, tudo começou porque ele era praticamente de automodelismo, mas tinha dificuldade de encontrar as carrocerias de veículos nacionais. Em entrevista ao caderno Autos & Afins, ele afirmou também que pesou em sua decisão a saudade de um fusca antigo que ele guardava para a família, mas foi roubado. “O Fusca foi o primeiro modelo que desenvolvi”, disse.

Com experiência acumulada na indústria de plásticos e no comércio de autopeças, Cavalcanti partiu para a criação de modelos em policarbonato, feitos sobre moldes de resina. Atualmente, a empresa mantém 30 opções de modelos ao consumidor, entre elas, as picapes S10 e Saveiro, e também variações do Gol, carro que é bastante procurado pelos jovens para customização também na escala real.

Investimento em um modelo pode chegar a R$ 2 mil
O automodelismo não é brincadeira, mas um hobby levado a sério pelos praticantes, tanto que eles não admitem chamar os carros de “brinquedos”.  Como as bolhas são montadas sobre chassis que têm medidas padronizadas, o design das carrocerias é feito com base na largura de 200 milímetros e 260 milímetros de distância entre-eixos.

Segundo Fred Cavalcanti, o investimento em um desses carros varia entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, dependendo do tipo de motorização, se elétrica ou a combustão, entre outros fatores.  Ele afirma que a tecnologia elétrica tem ajudado a popularizar o hobby, já que seus custos de manutenção são consideravelmente menores na comparação com o sistema à explosão.

“Antes a maioria era a combustão, mas devido às novas normas de ecologia, muita gente passou a optar pelo elétrico, e não só por isso, mas também pela manutenção porque o carro elétrico é bem prático, você só põe a bateria e recarrega”, afirma.

Já o carro a combustão depende de regulagem de carburação, se muda a umidade do ar muda a regulagem do carburador. “Dependendo do calor do dia, tem que mudar a afinação do motor e tudo isso tem custo; uma regulagem errada pode fazer o motor fundir e acabou, o pistão cola na camisa e já era”, diz Cavalcanti.

POLICARBONATO

As bolhas são fabricadas artesanalmente em policarbonato, material que tem alto potencial de moldagem e também oferece resistência mecânica em caso de colisões. Fred Cavalcanti afirma que dependendo da gravidade de uma colisão o piloto pode perder o veículo. “O policarbonato é um material de alto impacto, é bom para o nosso hobby, os carros andam em velocidades de 50 km/h a 100 km/h, dependendo da motorização”, diz. Fred também afirma que os acidentes podem acontecer porque eventualmente o carro escapa do controle do rádio. “Ou então você encontra situações inesperadas e pode bater em uma guia”.

Serviço
Bolha Point: http://www.bolhapoint.com.br/



























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